MAC 499 – Trabalho de Formatura Supervisionado

Marcelo Guidetti nº USP 1277213

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Professor Supervisor : Dilma Menezes da Silva

Professor Responsável : Carlos Eduardo Ferreira

 

 

 1 – Introdução:

Este trabalho de formatura consiste de um estágio realizado na empresa Carta Consultoria Ltda, estágio este que se iniciou em abril de 1997.

 2 – A Empresa:

A empresa atua na concepção, projeto, desenvolvimento e implantação de Sistemas de Informação Geográfica (SIG's), aplicações específicas de entrada e conversão de dados, cartografia digital, modelagem digital de terreno, processamento de imagens, gestão de documentos digitais, entre outras tantas aplicações na área de Geoprocessamento.

A CARTA foi fundada em 1990, tendo o Geoprocessamento como principal área de atuação. Na época, foram introduzidas as primeiras iniciativas de gestão de informação espacial e desenvolividas as primeiras rotinas gráficas de cartografia digital no país.

Ao longo destes quase vinte anos de atuação profissional dos seus técnicos e dez anos de existência da CARTA, foram desenvolvidas dezenas de projetos significativos em várias áreas de atuação.

Esta origem explica o fato do nome CARTA estar associado aos projetos pioneiros na área de Geoprocessamento no Brasil como Sabesp (1989), Prefeitura de Santo André (1990) e Eletropaulo (1991).

O interesse e contato permanente de sua equipe com métodos, técnicas e ferramentas avançadas permitiu que iniciativas em outras áreas próximas fossem também conduzidas pioneiramente pela CARTA como em Gestão de Documentação Digital (Câmara Municipal de Paulínia, 1992 e Telesp, 1994) e Gerenciamento de Facilidades (Eletropaulo, 1993).

 Principais clientes:

·         Eletropaulo

·         Sabesp

·         Telesp

·         NEC do Brasil

·         ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

·         Prefeitura Municipal de Santo André

·         Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo

·         Câmara Municipal de Paulínia

 

3 – Atuação:

O estágio é realizado na área de técnica da empresa, atuando no desenvolvimento de aplicações de Sistemas de Informação Geográfica utilizando Visual Basic, Access, Microsoft SQL Server e outras ferramentas da área de GIS como:

Ø     ArcView

Arcview é um aplicativo que possibilita visualizar, explorar, buscar e analisar dados espaciais. Foi desenvolvido pela Environmental Systems Research Institute (ESRI), a mesma empresa que desenvolveu  ARC/INFO, outra aplicação conhecida em se tratando de Sistemas de Informação Geográfica. Arcview se baseia em uma tabela Dbase, em que cada registro pode ser georeferenciado e assim associado a um elemento espacial (pontos, linhas, polígonos). Com isso é possível o levantamento de estatísticas (tanto em forma de tabelas quanto gráficas) tanto em relação aos dados da tabela como aos dados geográficos como área, distância, etc.

Arcview  trabalha com o conceito de vistas, que nada mais são do que mapas interativos que você pode organizar da maneira que quiser, isso inclui a aproximação, a inclusão de rótulos, a geração de mapas temáticos, etc. A partir dessas vistas pode-se gerar “layout’s” para impressão em “plotters” e impresoras.

Arcview também possui a funcionalidade de permitir a inclusão de macros, que são escritas em Avenue, uma linguagem proprietária do ArcView. Essa linguagem é orientada a objeto e permite a customização, tanto em termos de interface do usuário quanto em termos de gerar uma aplicação que pode ser distribuída.

Mais infromações: www.esri.com

 

Ø     MapObjects

MapObjects é um conjunto de components ActiveX que permite adicionar mapas às aplicações desenvolvidas em várias plataformas como Visual basic, Delphi, C++, etc. MapObjects foi também desenvolvido pela ESRI e portanto integra quase todas aa funcionalidades do ArcView a outras aplicações.

Mais infromações: www.esri.com

Ø     MapInfo

MapInfo é outro aplicativo conhecido da área de GIS, muito semelhante ao ArcView em suas funcionalidades e conceitos básicos diferindo no fato de possuir um formato de dados proprietário ao invés de se utilizar de um formato comum (DBF) como seu concorrente.

Mais infromações: www.mapinfo.com

 

A equipe técnica é composta por bacharéis em Ciência da Computação e estagiários do mesmo curso. Por ser composta de poucas pessoas (cinco atualmente) não há uma divisão concreta nas tarefas a serem realizadas ou nos projetos envolvidos, isso acarreta um maior aprendizado de uma maneira geral, pois acontece de se utilizar várias ferramentas em um mesmo dia. No entanto, o fato de não haver uma especialização muitas vezes acarreta em uma má distribuição de responsabilidades e várias pessoas modificando o mesmo trecho de código pois os estagiários possuem muita liberdade de horário e acontece de alguém ter de terminar o que outra pessoa começou.

Há uma absoluta falta de cursos e treinamentos, e nisso está tanto a maior frustação como também o maior desafio nesse estágio, em que fica evidente a capacidade autodidata dos alunos do BCC (oito passaram pela empresa desde então). Na área de GIS é muito presente as técnicas utilizadas em disciplinas como Banco de Dados (bancos de dados relacionais, consultas SQL, etc), Algoritmos em Grafos (busca do caminho mínimo) e Geometria Computacional apesar da maior parte das técnicas e algoritmos aprendidos nessas disciplinas já vir implementado nos aplicativos descritos acima.

Durante o estágio é possível destacar importantes participações nos seguintes projetos:

 

·                    Sistema de Distritamento Georeferenciado.

A Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos - ECT a fim de controlar de forma automatizada o planejamento, cadastro e controle das atividades de distribuição de objetos postais em todo o Brasil, desenvolveu um Sistema de Distritamento Georeferenciado que apóia a execução destas atividades.

O Sistema de Distritamento Georeferenciado– SD Geo é um sistema que objetiva otimizar o processamento do cálculo do efetivo e proporcionar a melhor definição do perfil da área de atuação de cada unidade distribuidora. A unidade distribuidora centraliza as atividades dos carteiros desde a fase de triagem dos objetos postais até a fase de distribuição propriamente dita. Na unidade distribuidora trabalham em média 40 carteiros, cada um atendendo uma área geográfica delimitada chamada distrito. Um conjunto de distritos forma subsetores, que são regiões delimitadas por barreiras físicas, tais como, rios ou grandes avenidas. O SD Geo assiste os procedimentos de elaboração e acompanhamento dos projetos de distritamento em suas diversas fases:

o        possibilita o cadastramento dos trechos de logradouros, CEPs, subsetores, distritos e planos de triagem existentes;

o        permite o registro dos levantamentos de tráfego realizados;

o        apóia as atividades de reformulação do distritamento existente assistindo, de forma interativa, a elaboração dos distritos em função de restrições de tempo e de localização geográfica, emitindo relatórios de cálculo do efetivo, de síntese de atividades e de elaboração do distritamento. Estes relatórios são analisados por técnicos postais, a fim de se verificarem inconsistências no projeto;

o        emite parte da documentação necessária para a implantação do plano de distritamento;

o        suporta as atividades de avaliação e acompanhamento do distritamento proposto através da emissão de relatórios.

 

A Plataforma SD Geo

Por se tratar do primeiro sistema desenvolvido no âmbito da gerência de geoprocessamento, a plataforma definida para o SD Geo sofreu algumas adaptações em relação ao definido para os sistemas corporativos da ECT, de forma a compensar a falta de uma rede de dados que comportasse as necessidades da aplicação. A plataforma que foi utilizada é a apresentada abaixo:

o        Linguagem de desenvolvimento: Visual Basic, versão 5;

o        Biblioteca de componentes: MapObjects, versão 1.2. Trata-se de uma biblioteca escolhida a partir das seguintes requisições especificadas:

ü       Seguir padrão ActiveX control (OCX);

ü       Ser compatível com o ambiente de desenvolvimento Visual Basic;

ü       Ter funções de deslocamento da janela de visualização (pan), aproximação e afastamento (zoom) de múltiplas camadas de informação;

ü       Capacidade de apresentação de dados utilizando mapas temáticos classificados por cores, símbolos graduados, densidade de pontos, gráficos de pizza e barras;

ü       Exibir imagens raster como pano-de-fundo;

ü       Geração de seleções espaciais por apontamento, por raio definido, por polígono, etc. Também deve ser possível a seleção de objetos a partir de relacionamentos topológicos tais como, continência, proximidade e conectividade;

ü       Capacidade de gerar anotações automáticas segundo atributos associados às feições, ajustando tamanhos de fontes, evitando sobreposições de caracteres etc.;

ü       Capacidade de georeferenciamento de endereços. Deve calcular coordenada provável de endereço a partir de interpolação sobre estrutura de segmentos de eixos de logradouros;

ü       Suporte a entrada, modificação e remoção de feições nos mapas.

o        Banco de dados: padrão Microsoft Access. Foi utilizado o padrão Access de banco de dados com vistas a viabilizar técnica e economicamente a utilização do sistema nos diversos CDDs, que são dispersos por todo Brasil. A programação foi realizada de modo a minimizar o trabalho de portabilidade do sistema para Oracle.

o        Base de dados geográficos: formato "shape" (ESRI), com cópia local. Quando da definição de um servidor de banco de dados espaciais corporativo, o sistema deverá ser adaptado minimamente.

 

As funcionalidades do sistema

A etapa seguinte do projeto foi detalhar cada um dos casos de uso do sistema, criando diagramas de seqüência que mostravam a interação do usuário com o SD Geo. A Figura 4 mostra os principais casos de uso diagnosticados. Esta documentação apoiou as interações com usuários, permitindo que as adaptações necessárias fossem incorporadas.

A seguir são apresentadas algumas figuras que ilustram as principais funcionalidades do SD Geo.

A Figura 1 mostra uma tela de visualização geográfica da área de abrangência de um Centro de Distribuição Domiciliária. Percebe-se que o sistema tem uma estrutura de menus "pull-down" através dos quais o usuário acessa suas funcionalidades. A tela de visualização geográfica possui ferramentas básicas de definição da área que se deseja ver. Possui outras ferramentas, tais como de medição de comprimentos e áreas, de criação de mapas temáticos (na figura é apresentado um mapa temático por subsetores) e de visualização da legenda do mapa. Na janela de legenda o usuário pode selecionar quais feições deseja ter representadas no mapa.

Figura 1 - Janela de visualização geográfica da área de um Centro de Distribuição Domiciliária.

 

A Figura 2 mostra um tela típica de cadastramento dos objetos do sistema. As telas de cadastramento são compostas por fichas associadas a cada objeto representado no mapa. Estas telas também permitem consultas pelos identificadores ou através de apontamento gráfico no mapa. Na figura são apresentados os dados de um distrito: nota-se que pode-se definir o tipo de transporte associado e informar o tempo improdutivo de deslocamento do carteiro até o início de seu percurso. No mapa os segmentos de logradouro estão coloridos de acordo com o distrito a que pertencem.

Periodicamente, é realizado um levantamento do tráfego dos objetos postais de cada distrito. Para cada trecho de distrito são contados o número de objetos simples, registrados e SEED além do número de pontos de entrega simples e registrados. A Figura 3 mostra a tela na qual este cadastramento é feito.

A partir dos dados cadastrados sobre o distritamento atual, é calculada a carga total de trabalho de cada distrito. Parâmetros associados a cerca de 40 atividades do carteiro são utilizados no cálculo, além do tempo de distribuição externa propriamente dito, calculado em função do tráfego dos trechos. A Figura 4 mostra o relatório da síntese das atividades de distritamento. Nota-se que para cada distrito de dado subsetor de dada unidade distribuidora são apresentados os tempos internos (de triagem, etc.) e externos respectivos a cada carteiro.

A Figura 5 mostra a principal funcionalidade do SD Geo: a capacidade de facilmente permitir a realocação de trechos entre os distritos de uma unidade distribuidora, a fim de balancear a carga de trabalho dos carteiros. Pode-se definir um distrito de origem (linha amarela no grid) e um distrito de destino (linha azul). Escolhe-se alguns trechos do distrito de origem que serão cedidos ao distrito de destino (no grid inferior são as linhas verdes, também indicadas no mapa). Esta escolha pode ser feita a partir dos atributos dos trechos, por apontamento gráfico, por raio ou polígono definido ou por faixa de códigos de endereçamento (CEPs). De imediato, são apresentados ao usuário os tempos resultantes.

Dada a carga de trabalho da unidade o sistema também possibilita o cálculo do efetivo necessário para a execução das atividades levantadas, apresentando a variação da situação atual e da proposta. A Figura 6  apresenta esta síntese do cálculo do efetivo.

O SD Geo, a partir dos dados cadastrados e calculados, gera toda a documentação necessária para a implementação do novo distritamento proposto. Dentre estes diversos relatórios são dados dois exemplos. Na Figura 7, é apresentado o mapa do móvel de triagem para dado distrito, em dada etapa de triagem. Este mapa é automaticamente calculado, tendo-se também a possibilidade de geração de etiquetas que serão colocadas no móvel do carteiro. Na Figura 8 é apresentado croqui da percorrida de um carteiro. Note-se que o tipo de percorrida do carteiro (em zigue-zague - Z, indo e voltando no trecho de rua - U, ou percorrendo apenas um lado do trecho - L) é destacado por cores diferentes no mapa.

Uma das mais importantes diretrizes seguidas no desenvolvimento do SD Geo foi encará-lo como uma evolução do sistema de distritamento existente. Além da carga cultural do pessoal operacional, que não precisou ser mudada, uma das grandes vantagens desta forma de ver o problema foi a possibilidade de aproveitar toda a massa de dados cadastrada no sistema antigo. Foi desenvolvido um processo de importação de dados que tem como última etapa a associação gráfica dos trechos aos segmentos de logradorros existentes no mapa, conforme mostrado na Figura 9.

 

 

 

Figura 2 - Tela de cadastramento de distritos de um CDD.

Figura 3 - Tela de registro do levantamento de tráfego de objetos dos trechos de um distrito de distribuição

Figura 4 - Relatório que apresenta os tempos totais calculados das atividades diárias de um carteiro.

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Figura 5 - Tela que mostra a funcionalidade de balanceamento de distritos do SD Geo.

Figura 6 - Após os cálculos da carga de cada distrito, o sistema propõe o efetivo da unidade distribuidora.

 

Figura 7 - Definido o distritamento, o sistema elabora o mapa do móvel de triagem do carteiro.

Figura 8 - Emissão de croqui com a percorrida do carteiro.

 

Figura 9 - Apontamento dos trechos de distrito, após a importação de dados do SD antigo.

 

·                    Sistema de Localização de Lojas

Escopo

O aplicativo para a Estimativa de Mercado para Localização de Agências de Correio é um sistema computacional baseado em técnicas de geoprocessamento que visa apoiar a ECT no processo de delimitação de áreas com potencial de mercado equilibrado (equipotenciais) e subseqüente localização de pontos para instalação de agências.

 

 

Finalidade

Dentro de um esforço corporativo de modernização dos Correios encontra-se a necessidade de redefinir a rede atual de atendimento ao usuário, propondo novas configurações de distribuição territorial de Unidades de Atendimento que correspondam a realidade estimada do mercado.

Trata-se, pois, de capacitar o aplicativo de ferramentas que automatizem parte do processo metodológico ora desenvolvido e testado, de modo a permitir uma uniformidade e padronização compatíveis com os critérios adotados, dotando todo o mecanismo de um comportamento coerente e sistemático.

Alem do mais, induz uma padronização de relatórios gerenciais e de apoio a atividades de campo, bem como, servirá de base para futuros aperfeiçoamentos.

 

Descrição

O Slgeo foi desenvolvido utilizando Visual Basic como plataforma de desenvolvimento e Microsoft Access como Gerenciador de Banco de Dados integrado. Em relação a ferramentas GIS optou-se pela utilização de MapInfo com acesso via OLE.

Dada uma região geograficamente delimitada pela fronteira de um município ou de uma região metropolitana, baseado na distribuição territorial de domicílios e de negócios desta região, o sistema levanta o perfil da receita real dos clientes da ECT e o extrapola para toda a região. Desta forma se registra a distribuição média da Receita Estimada para a região sob estudo.

 

Figura 10 –Esquema de funcionamento do SLGeo.

 

Particionando-se a área de estudo em unidades territoriais arbitrárias, associa-se a cada uma delas sua parcela interpolada da Receita Estimada. Desta forma se tem uma visualização da distribuição do potencial do mercado por unidade territorial adotada. A unidade territorial de referência aqui adotada como ponto de partida é o CEP de 5 dígitos, doravante referido como CEP5d.

A partir da distribuição da receita estimada por CEP5d e levando em consideração o limite das faixas calculadas pelo Modelo de Viabilidade Econômico-financeira (DEORC), são realizados, por agrupamento ou por separação, estudos de alternativas de redistribuição territorial equipotencial, gerando-se soluções possíveis com nova delimitação de áreas de atuação para agências de correios. Este procedimento é interativo e pode gerar quantas alternativas forem consideradas necessárias para escolha da que melhor atinge os objetivos da ECT, segundo decisão do usuário responsável.

 

Este processo de redivisão territorial pode ser feito sobre a camada de CEP5d ou sobre qualquer outra divisão territorial de cobertura extensiva. Por este motivo, o resultado de um estudo pode servir como ponto de partida de outro, ou seja, cada alternativa pode ser armazenada em meio digital e usada a qualquer momento para reanálise.

Eleita a alternativa melhor, na seqüência se oferecem ferramentas de apoio à análise de localização ótima dos pontos de instalação das agências de correio para cada área de atuação, compondo uma proposta de re-arranjo da rede de atendimento da ECT na área de estudo selecionada. Posteriormente, são gerados arquivos e documentos que registram passos intermediários e subprodutos obtidos ao longo do processo.

 

 

Organização Espacial

O sistema é programado para executar suas funções sobre uma região de cada vez. Entende-se por região, neste caso, a extensão territorial compreendida em um dos dois casos:

o        Um Município. Compreende a extensão territorial interna aos limites do município.

o        Uma Região Metropolitana. Compreende a extensão territorial coberta por diversos municípios contíguos.

A esta região se dá a denominação de Área de Estudo ou simplesmente Mercado.

As informações cartográficas que compõem o sistema se dividem em dois tipos, a saber:

As de caráter primário que são obrigatórias. São elas:

o        CEP5d como base para a Análise de Mercado.

o        Setores Censitários como base para informações sociográficas.

o        Limites da Área de Estudo para marcar as fronteiras de cada uma.

o        Brasil por Estados para facilitar identificação da Área de Estudo.

o        Estados por municípios para facilitar identificação da Área de Estudo.

As de caráter secundário que servem para complementar a visualização.

o        Eixos de Ruas para localização de pontos de negócios (*).

o        Bairros, Distritos ou outras divisões administrativas relevantes.

o        Barreiras naturais e artificiais que auxiliem na determinação de limites.

(*) As Áreas de Estudo que não dispõem de eixos de ruas terão seus negócios georreferenciados usando-se seu CEP para localização no nível CEP5d.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conceitos para o Modelo Funcional

 Figura 11 -  Diagrama Geral do Sistema

 

 

 

 

 

 

 

·                    Sistema de Gestão da Base Cartográfica.

 

Introdução

O SGBC cuidará de todas as atividades relacionadas com a geração e manutenção da base cartográfica corporativa dos Correios e além de integrar esta base com os demais sistemas corporativos.

Após a apresentação desta visão geral são especificados quais os requisitos desejáveis do Sistema Informações Geográficas - SIG que suportará a execução do SGBC.

 

 

Descrição do problema

Na ECT, as primeiras iniciativas do uso da tecnologia de Geoprocessamento originaram-se na área de logística da empresa. No entanto, com a definição do Plano Diretor de Geoprocessamento, o desenvolvimento dos diversos sistemas de informações geográficas tomaram carácter corporativo.

O referido plano determinou que alguns dos objetivos da implementação dos sistemas de Geoprocessamento dentro da ECT são os seguintes:

o        a melhoria do processamento dos dados,

o        a estruturação das informações de maneira mais organizada,

o        a integração de dados conflitantes,

o        refinamento do desempenho dos sistemas e

o        a realização novos tipos de análises espaciais.

A fim de se atingirem tais objetivos montou-se uma estratégia baseada na evolução gradual dos sistemas georreferenciados. Existem diferentes necessidades e diferentes soluções dentro da indústria de software e dentro da companhia. Em se tratando do Sistema de Informações Geográficas - SIG corporativo da ECT, não é relevante qual a unidade que o patrocina internamente, seja ela a área de logística, ou a de transportes, ou a de marketing, ou, ainda, a de administração e finanças. Todas devem ser envolvidas e todas as necessidades devem ser contempladas, porém segundo uma estratégia onde gradualmente se aumente a abrangência e complexidade das aplicações.

A equipe de Geoprocessamento da ECT iniciou suas atividades de desenvolvimento de aplicações georreferenciadas atendendo a duas áreas bem distintas: a área de logística e a comercial. No entanto, estes aplicativos têm em comum o fato de operarem sobre regiões geográficas de abrangência restrita. Por exemplo, o Sistema de Distritamento Georreferenciado - SD Geo utiliza para sua operação dados cartográficos apenas da região correspondente à abrangência de um Centro de Distribuição Domiciliária - CDD.

Atualmente, começa a ser feito um esforço de geração da base cartográfica da ECT. Este processo passa pela aquisição de bases disponíveis no mercado e por acordos de cessão com entidades públicas e privadas. Urge o desenvolvimento de um sistema que suporte e gerencie este conjunto de dados espaciais. Estes dados têm natureza corporativa: grande parte dos sistemas existentes na ECT tem informações passíveis de serem referenciadas espacialmente.

A fim de prover, pois, um conjunto de funcionalidades aos Correios que suportem as atividades de geração e atualização de sua base geográfica corporativa, foi desenvolvido o Sistema de Gerenciamento da Base Cartográfica - SGBC. Este sistema caracteriza-se por ser uma aplicação que se insere na ECT de modo horizontal, suportando as diversas aplicações que façam uso de dados georreferenciados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estrutura organizacional

A ECT tem a característica de ser uma empresa extremamente capilarizada. A geração das informações é realizada de forma distribuída. Se por um lado esta descentralização facilita a obtenção e atualização de dados, por outro implica na necessidade de grande preocupação: a manutenção da integridade das informações. A implementação do SGBC refletirá esta estrutura organizacional.

De modo geral, os objetivos SGBC da ECT são:

o        Manter e atualizar a base cartográfica corporativa;

o        Realizar o controle e a validação da qualidade das informações armazenadas;

o        Garantir a integridade e rigor da informação georreferenciada nas diversas bases de dados;

o        Possibilitar o acesso às informações armazenadas pelos demais sistemas corporativos;

o        Gerenciar os processos de importação e exportação de dados para instituições externas à ECT;

o        Utilizar mecanismos de registro e controle de acesso às informações permitindo, por exemplo, a criação de perfis de usuários;

o        Suportar a elaboração de estatísticas, análises e monitoramento do desempenho do sistema;

o        Disponibilizar utilitários para realização de cópias de segurança;

o        Suportar a produção de mapas e relatórios padronizados;

o        Gerir o acesso a periféricos e mecanismos de impressão de mapas, plantas e documentos.

O sistema SGBC refletirá a estrutura organizacional da ECT tendo, assim, três níveis de operação:

o        Nível Centra;: onde serão armazenadas as informações cartográficas de todo o Brasil e feita a integração com os sistemas corporativos;

o        Nível Regional; onde serão gerenciadas as informações relativas a cada Diretoria Regional;

o        Nível Local; onde serão levantadas as atualizações na base de dados, através de verificações em campo.

 

Arquitetura geral das soluções de Geoprocessamento

Neste cenário de implementação as informações corporativas, tanto alfanuméricas como espaciais, serão gerenciadas por servidores de dados, eliminando-se riscos devido a duplicações e inconsistências. Esta arquitetura geral das soluções de geoprocessamento é apresentada esquematicamente na figura 13.

Cada um destes elementos que compõem a arquitetura de Geoprocessamento da ECT são explicados a seguir.

·         Gerenciador de Banco de Dados Relacional

O padrão da Nova Plataforma Computacional da ECT determina que se utilize para o armazenamento de grandes volumes de dados e transações o sistema gerenciador de banco de dados relacionais Oracle. Os volumes de dados a serem manipulados pelas aplicações de Geoprocessamento são consideravelmente grandes, da ordem de dezenas de gigabytes. Neste contexto, a utilização do gerenciador Oracle, em particular da versão Oracle8i Spatial, é uma boa alternativa para o gerenciamento destas informações georreferenciadas. O fato de alguns dos sistemas corporativos da ECT utilizarem o Oracle como gerenciador de dados, especialmente o DNE - Diretório Nacional de Endereços, reforça esta solução pois a interoperabilidade entre os sistemas será facilitada.

O gerenciador Oracle caracteriza-se por ser um banco de dados que possibilita a implementação de aplicações de missão crítica, tendo como pontos fortes sua escalabilidade, gerenciamento e desempenho. A incorporação da tecnologia de indexação espacial empregada pelo Oracle8i Spatial, baseada na decomposição "quad-tree" do espaço, torna-o uma solução eficiente para o armazenamento da base cartográfica da ECT.

Outro fato que reforça esta solução é que grande parte da administração da base de dados será centralizada na administração do banco de dados Oracle. Operações tais como geração de cópias de segurança ficarão totalmente centralizadas no gerenciador Oracle.

Em uma primeira etapa, o desenvolvimento do SGBC – Local será desenvolvido em Microsoft Access, de modo que a futura portabilidade para Oracle seja facilitada.

 

 

   

Figura 13 - Arquitetura geral das soluções de Geoprocessamento da ECT.

·         Sistema de Informações Geográficas - SIG

Na camada intermediária entre o gerenciador de dados Oracle8i Spatial e as aplicações de usuário haverá o Sistema de Informações Geográficas - SIG, que suportará as aplicações corporativas de Geoprocessamento. O sistema SIG deverá ser composto de duas camadas de execução: o lado Servidor e o lado Cliente.

O papel desempenhado pelo lado Servidor é prover funções de análise espacial avançadas, construção da topologia entre objetos, suporte a sistemas de projeção, funções de administração, gerenciamento de versões de dados, controle da distribuição de dados e suporte às aplicações clientes.

O lado Cliente do Sistema de Informações Geográficas permitirá a construção de aplicativos de entrada e tratamento de dados cartográficos, realização de visualizações e geração de mapas, implementação de análises e processos de negócio existentes, etc. É possível o desenvolvimento de aplicativos através de linguagens de programação. Pretende-se que o SGBC - Nível Central e Nível Regional sejam desenvolvidos sobre esta plataforma.

·         Sistemas "GIS Desktop"

Os sistemas de informações geográficas "GIS desktop" permitem que os dados geográficos sejam visualizados graficamente. Possibilitam que regiões sejam delimitadas e, através da combinação de critérios alfanuméricos e espaciais, elementos sejam selecionados. Mapas temáticos, desenhados segundo atributos associados aos objetos espaciais, complementam as capacidades gráficas destes produtos.

Os sistemas "GIS desktop" poderão ser utilizados sem nenhuma customização, permitindo que o usuário acesse e realize as buscas espaciais nos dados corporativos da ECT, conforme sua necessidade. O acesso aos dados poderá ser realizado diretamente à base corporativa ou a recortes das regiões de interesse. Haverá casos em que funções mais específicas serão customizadas, utilizando-se as ferramentas de desenvolvimento destes produtos. Para o desenvolvimento do SGBC – Local foi escolhida a ferramenta MapObjects 2.0, pelas mesmas características descritas acima na descrição do Sistema SDGeo.

·         Componentes geográficas

Outra forma de desenvolvimento de aplicativos será através da utilização das ferramentas de desenvolvimento definidas pela Nova Plataforma da ECT, em conjunto com "componentes" geográficas especialmente adquiridas. Componentes são módulos de software pré-programados que permitem a incorporação rápida de capacidades de Geoprocessamento em aplicações cliente-servidor minimizando os riscos de obsolescência, permitindo a aquisição apenas do que se necessita e utilizando-se produtos de vários fornecedores compatíveis entre si.

Os aplicativos desenvolvidos poderão operar acessando diretamente os servidores de dados espaciais ou, onde não forem disponibilizados recursos de rede, operarão com recortes da base espacial armazenados localmente. O desenvolvimento do SGBC - Nível Local será feito com o uso de componentes geográficas.

 

 

Interação com os demais sistemas corporativos

É prevista para o SGBC a integração com diversos sistemas corporativos. O diagrama mostrado na figura 14 apresenta as principais interações antevistas.

Figura 14 - Diagrama de casos de uso mostrando interação entre os sistemas de geoprocessamento e corporativos da ECT

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Os sistemas que serão integrados ao SGBC são:

o        Módulo de Distritamento Georreferenciado - SD Geo

o        Módulo de Planejamento de Distritos Postais: se refere as atividades de planejamento de CDDs, através da calibração de parâmetros, detecção de necessidades de novos CDDs, balanceamento de recursos, monitoramento dos distritamentos realizados, etc. (sistema planejado)

o        Módulo de Localização de Lojas - SL Geo

o        Módulo de Planejamento de Linhas Postais: subsidiará o planejamento de linhas postais tais como RPN, LTs, LRs (sistema planejado)

o        Módulo de Controle do Patrimônio Imobiliário: tem a finalidade de executar o controle das unidades e propriedades da ECT, que compõem o patrimônio imobiliário da empresa (sistema em desenvolvimento)

o        Módulo de Padronização de Cadastros de Mala Direta: permitirá a prestação de serviços pelo Correio de padronização de malas diretas de empresas (sistema planejado)

o        Módulo de Mala Direta Não Endereçada: subsidiará a prestação de serviços de mala direta não endereçada (sistema planejado)

o        Módulo de Mala Direta Endereçada: permitirá o aprimoramento dos serviços de mala direta (sistema planejado)

o        Sistema Tabela de Órgãos: gerencia o cadastro de informações sobre os órgãos da ECT

o        Diretório Nacional de Endereços - DNE: é o principal sistema corporativo com que o SGBC interagirá inicialmente. O sistema DNE é uma extensão do antigo sistema de CEP´s da ECT e entrará em produção proximamente. Gerencia um cadastro de logradouros único para toda a ECT. Este cadastro será espacializado através de segmentos de eixos de logradouros na base de dados geográficos da empresa. A espacialização dos segmentos de logradouros é tarefa do sistema SGBC. Outros sistemas também deverão utilizar este cadastro único

o        Sistema de Mecanização da Triagem - MECTRI: automatiza a triagem de encomendas e malas postais através de leitura ótica de código de barras impresso em etiquetas de CEP, de número de registro do objeto e informações de faturamento

o        Sistema de Rastreamento de Objetos - SRO: gerencia a coleta dos objetos registrados nacionais por leitura ótica dos códigos de barras das etiquetas, concentrando e centralizando-os para fins de rastreamento e estatísticas.

Futuramente, conforme estabelecido no Plano de Sistemas para a Nova Plataforma Computacional, será feita a aquisição de uma Solução Integrada de Gestão Empresarial - ERP, que englobará as áreas econômico-financeira, administrativa, tecnologia e recursos humanos. Foram propostas mais duas soluções integradas para as áreas comercial e operacional. Todas as soluções estarão integradas no todo e entre si.

Além destes sistemas, os principais sistemas que estarão integrados ao sistema gerencial são:

·         SAA - Sistema de Automação de Agências;

O diagrama da figura 15 mostra este cenário futuro.

  

Figura 15 - Integração do sistema ERP com os demais sistemas corporativos

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Diante do exposto, uma das exigências é que o sistema SGBC seja desenvolvido sobre uma plataforma que proporcione facilidades na integração com o sistema integrado ERP.

 

 

Arquitetura do SGBC

O SGBC - Nível Local será um aplicativo "stand-alone", de coleta de dados, que utilizará para operar um recorte da base cartográfica respectiva. As atualizações feitas pelo módulo Local seriam posteriormente repercutidas na base regional por processos "batch" bem definidos. Este mecanismo requer o desenvolvimento de procedimentos de "check-out/check-in" que permitem a cópia da base de dados para uma área local, a execução das modificações e o retorno automático para a base regional. A base de dados, no entanto não é bloqueada. Quando conflitos são detectados o usuário resolve interativamente os problemas. Este esquema será razoável pois prevê-se que os conflitos sejam não usuais. Pode-se chamar este "check-out/check-in" de otimista.

 

Cabe observar, ainda, que não estão incluídas como funcionalidades do SGBC-Local no escopo do presente estudo, ferramentas de computação móvel, pelas quais os dados podem ser colhidos no campo e imediatamente introduzidos e verificados no banco de dados do SIG. Futuramente, pode-se implementar estas capacidades, que nos dias de hoje mostram-se bastante viáveis em algumas corporações.

 

 

Funcionalidades do SGBC - Local

Este módulo terá suas funções executadas em cada um dos Centros de Distribuição Domiciliária - CDDs. Tem como principal objetivo assistir os processos de atualização da base de segmentos de logradouros, com as informações levantadas pelos carteiros em campo. Operará sobre um recorte da base cartográfica relativo à abrangência do CDD. Os principais casos de uso do sistema são apresentados no diagrama da figura 16.

 

Figura 16 - Principais casos de uso do módulo SGBC - Local.

 

Os casos de uso apresentados no diagrama acima são:

·         Usar dados

Se refere a todo o uso que se faça dos dados cartográficos, tais como, visualização, análises topológicas, geração de documentos, etc.

Neste uso, haverá a atualização rotineira das informações. Todo o tipo de atualização gerada no centro de distribuição domiciliária será suportada. Por exemplo, o carteiro verificando a existência de uma nova rua, comunicará o operador do sistema que tomará as providências de atualização necessárias.

Atualização feita de forma sistemática e programada. Periodicamente serão gerados relatórios padronizados de coleta de dados, por distrito postal. Cada carteiro responsável pela entrega no distrito, conferirá os dados armazenados e as discrepâncias serão informadas no sistema.

É o processo de recebimento de recorte da base cartográfica da região de abrangência do centro de distribuição, na qual serão feitas atualizações.

É o processo de envio das atualizações feitas através do módulo Local para serem repercutidas no módulo Regional.

 

3 – Conclusões:

Estagiar na área de desenvolvimento de software foi muito importante para minha carreira pois acredito estar na área certa. Apesar de gostar muito da área técnica senti falta de ter maior contato com os clientes, participar das elaborações dos projetos e não só implementar o que já foi especificado por outras pessoas. No entanto, acredito que o que acarretou isso foi o fato de não estar presente cem por cento do tempo, ou seja, não ser uma pessoa em que se poderia contar para realização de visitas, viagens, etc. Além disso não há no curso de Bacharelado em Ciência da Computação muitas disciplinas que nos incentivem a elaborar textos, o que nos torna um tanto despreparados para elaborar especificações de projetos.

Como já disse anteriormente, o fato da empresa não investir em cursos e treinamentos foi uma grande frustração pois, apesar de gostar de aprender sozinho, acredito que isso é fundamental para a realização de um bom trabalho. Além disso, a política da empresa em trabalhar sempre com poucos profissionais formados e muitos estagiários faz com que não haja muito contato com pessoas experientes que poderiam enriquecer o aprendizado e melhorar a qualidade do que é desenvolvido.