Trabalho de Formatura Supervisionado
Aluno : Fabiana Guarsoni Rocha
Professor : Carlos Eduardo Ferreira
Orientador : Marco Dimas Gubitoso
Chefe na PR&A : Roberto
Masaishi Yoshikawa
Chefe na Oracle : Telmo Dias
de Souza Carlos
Índice
A proposta do projeto de formatura
supervisionado é descrever as atividades realizadas durante o estágio,
e mostrar como o estágio se inseriu no curso de Ciência da
Computação, mostrando as experiências adquiridas,
minhas frustrações, desafios e dificuldades encontrados,
o que foi aprendido durante este período, ...
Escreverei sobre meu atual
estágio e sobre o estágio anterior a este, mostrando as diferenças
e comparando-os quando possível. Resolvi fazer desta forma pois
considero interessante as diferenças que encontrei nos estágios
que realizei, uma vez que o anterior foi realizado em uma empresa de pequeno
porte e o atual está sendo realizado em uma empresa de grande
porte. No primeiro havia um projeto fixo, enquanto que no segundo não,
as atividades são realizadas em pequenos projetos.
[Índice]
O objetivo desta disciplina
é estabelecer um paralelo entre o que foi aprendido durante a graduação
e o que acontece de fato no mercado de trabalho. Durante a graduação
aprendemos a teoria e a organizar as idéias, exercitamos nosso raciocínio
e crescemos, tanto intelectualmente, quanto como cidadãos, mas a
graduação em geral não nos dá esperiência
para o mercado de trabalho. Durante este período adquirimos um grande
volume de conhecimento, parecendo até um pouco desnecessário.
Acredito que seja essencial
a bagagem adquirida durante a graduação. É este conhecimento
que nos dá base para tomarmos decisões e conseguirmos superar
os desafios encontrados no dia-a-dia, no mercado de trabalho. E é
na prática, seja em um estágio ou em uma iniciação
científica, que vivenciamos o que foi estudado e aprendido.
[Índice]
O primerio estágio foi
realizado em uma empresa de consultoria finaceira chamada Prandini, Rabbat
& Associates (PR&A), durante o período de 17 de julho de
2000 à 10 de abril de 2001. O estágio atual está sendo
realizado em uma empresa de banco de dados chamada Oracle do Brasil Sistemas
SA (Oracle), desde 17 de abril de 2001.
Segue abaixo uma descrição
sucinta de cada empresa, natureza de cada organização e da
atividade de cada empresa e uma breve descrição do cargo
ocupado nestas.
A Prandini, Rabbat
& Associates (PR&A) é uma empresa nacional de pequeno porte,
que desenvolve e implementa soluções nas áreas de
finanças, otimização, estatística e computação.
Ela desenvolve softwares para instituições financeiras, em
sua maioria bancos e fundos de pensão.
Ela é dividida nas
áreas de economistas, matemáticos, estatísticos, engenheiros
e programadores. O estágio que eu fiz foi no módulo dos programadores.
Os módulos são independentes, mas trabalham juntos, ou seja,
os economistas, matemáticos e estatísticos são responsáveis
por estudar o problema, analisar e modelar o problema, buscando uma solução
para o mesmo. O módulo dos programadores e dos engenheiros
implementam a solução encontrada. Não é propriamente
uma empresa de computação, o intuito é encontrar soluções
para as questões do mercado financeiro, como por exemplo o cálculo
do Value at Risk (VaR), o mercado de ações e de fundos de
investimentos, ...
A empresa incentiva o estagiário
a não só implementar, como também a entender, analisar
e modelar o problema para que melhor possa implementar a solução
para as questões do mercado financeiro.
A Oracle do Brasil Sistemas
SA é filial da empresa Oracle, que é uma multinacional de
grande porte, com sede na Califórnia na região do Vale do
Silício. Possui várias filiais espalhadas pela Europa, Américas
e Oceania. No Brasil, a Oracle possui unidades em vários estados
: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande
do Sul..., sendo que a sede está localizada em São Paulo.
A Oracle é uma empresa de Sistemas de Banco de Dados. Ela possui
vários produtos, sendo entre eles os mais conhecidos o Oracle Application
e o Banco de Dados Oracle.
O estágio está
sendo realizado na Fábrica de Software, que é uma célula
da área Consultoria. Normalmente as pessoas que trabalham na Consultoria
são alocadas em projetos e ficam em clientes. A Fábrica de
Software conta com funcionários e parceiros, e essas pessoas dificilmente
vão para clientes.
[Índice]
Logo que comecei o estágio,
fui alocada para o Projeto do VaR BBA Capital. Este projeto era implementar
um sistema para o banco BBA Capital, que é um banco de investimentos.
O sistema deveria calcular o Value at Risk (VaR).
O Value at Risk é
uma tentativa de previsão de perda máxima ou desvalorização
máxima das carteiras de investimento administradas por um banco.
As carteiras podem conter conjuntos de títulos públicos,
privados, ações, derivativos, ... e podem ser configuradas
de acordo com preferências de cada investidor. Assim, o objetivo
do Value at Risk é ajudar bancos ou instituições financeiras
na eliminação de posições de alto risco e nas
tomadas de decisão sobre novos investimentos.
A idéia era implementar
uma versão software da planilha que já rodava no BBA Capital,
calculando diariamente o VaR dos fundos gerenciados pelo BBA Capital. O
sistema deveria fazer consultas automáticas no Banco de Dados do
BBA Capital, diferentemente do que era antes, onde o acesso era feito a
uma base de dados em Access.
O sistema foi desenvolvido
em Delphi, por ser simples, de fácil operação e ideal
para fazer a interface gráfica. O sistema era apoiado por bibliotecas
de cáculos escritas em C, utilizando a ferramenta Visual C. Essas
bibliotecas, chamadas DLLs, faziam o acesso a uma base de dados onde se
encontravam os dados de mercado (preços de ações,
valores de taxas, futuros, ...) e calculavam o VaR de books de posições
nas carteiras. As carteiras, também chamadas de portifólios,
armazenam o que foi investido num determinado período. Posso, por
exemplo, ter uma carteira com ações e fundos de renda fixa,
e esse dinheiro que apliquei pode render um certo tanto por mês.
As DLLs já estavam implementadas, foi preciso fazer apenas algumas
adaptações para que elas pudessem se comunicar com o novo
sistema.
A interface gráfica
tinha os módulos : Conexão com a base de Dados, Tela de Séries
Históricas, Tela de Opções e Tela de Parâmetros
do VaR. O usuário deveria se logar ao sistema, a conexão
à base de dados era automática. No sistema ele poderia configurar
como quisesse a sua carteira e os parâmetros do VaR. Estes dados
eram armazenados na base de dados e se o usuário desejasse, os dados
poderiam ser guardados em arquivos. Após essa configuarção
inicial, o usuário poderia calcular o VaR. Para isso o Sistema retornava
uma planilha com os resultados do Cáculo do VaR.
Nas primeiras duas semanas recebi
um treinamento de Delphi e fiz pequenos programas para testar e aprender
mais sobre a ferramenta que seria usada para implementar a interface gráfica
do sistema. Tive que me adaptar à ferramenta Visual C, pois as bibliotecas
de cálculo seriam desenvolvidas em C. Aprendi também um pouco
sobre o mercado financeiro, como funcionavam os fundos de investimentos.
Era preciso ter um pequeno conhecimento de mercado financeiro, mesmo que
bem superficial para começar a implementar o sistema.
Durante a fase de desenvolvimento
do sistema, fui aprendendo um pouco mais sobre mercado financeiro. Durante
o mês de janeiro de 2001 fiz o curso Introdução ao
Mercado de Renda Fixa e Renda Variável na Andima. E durante todas
as fases do projeto recebi assistência do meu chefe.
O projeto foi bem estruturado,
facilitando o desenvolvimento da interface gráfica. A interface
gráfica do sistema deveria ser simples e de fácil opreração,
ela seria utilizada pelos funcionários do banco. Desenvolvi quase
todos o módulos do sistema. Segue abaixo uma breve descrição
dos principais módulos do projeto VaR BBA Capital.
-
Conexão com a base de dados: Esse módulo era para conectar-se
a base de dados do BBA Capital e recuperar os dados através das
Stored Procedures, essas Stored Procedures foram desenvolvidas pelo próprio
BBA Capital.
-
Tela de Séries Históricas: Tela que permitia aos usuários
consultar as séries históricas de ativos armazenadas no Banco
de Dados. Exibia uma tabela com os valores e o gráfico respectivo.
-
Tela de Opções: Permitia que o usuário configurasse
dados do sistema, como localização de arquivos de opções,
informações do sistema etc.
-
Tela de Parâmetros do VaR: Tela onde o usuário configurava
os parâmetros de cálculo do relatório de VaR como janela
de tempo, fundos a serem analisados, forma de saída, etc. Essa tela
permitia que arquivos de configurações fossem salvos e recuperados
pelo usuário.
As Bibliotecas de Cálculo
foram divididas da seguinte forma (permitindo assim uma melhor manutenção
no futuro):
-
Módulo Cálculo de Retornos: A função principal
era receber uma matriz com informações de mercado e calcular
os retornos dos ativos passados, juntamente com algumas estatísticas.
Funções Principais : Cálculo de Retorno, Completamento
EM, Cálculo de Matriz de Covariância.
-
Módulo Vértices: Recebia uma matriz de vértices (uma
coluna com prazo, outra com volatilidades e outra com correlações
entre dois vértices seguidos) e um vetor de posições
e prazos e devolvia um vetor com as posições distribuídas
nos vértices.
-
Módulo Fator de Confiança: Com base em uma matriz de retornos,
calculava os fatores de confiança por três algoritmos: N_J,
Search e Janelas Ótimas.
-
Módulo VaR: Aqui estavam implementados as rotinas de VaR (Paramétrico,
Não Paramétrico e Full Simulation).
Dessas Bibliotecas de Cálculos,
desenvolvi apenas o Módulo Vértices, pois as outras já
haviam sido implementadas para outros sistemas e puderam ser aproveitadas,
salvo algumas adaptações.
Aqui
você encontra algumas das principais telas do sistema que desenvolvi.
O prazo inicial do Projeto VaR
BBA Capital era de três meses, desde a especificação,
desenvolvimento e implantação no cliente. Esse cronograma
inicial teve de ser modificado, pois o Banco BBA Capital atrasou na entrega
das stored procedures, uma vez que eles eram responsáveis por elas.
Além disso, eles demoraram para disponibilizar a base de dados para
nós fazermos os testes durante a fase de desenvolvimento. Outro
imprevisto foi que o cronograma inicial tinha sido estipulado para uma
pessoa que trabalhasse tempo integral, não era esse o meu caso,
uma vez que trabalhava meio período. Assim, o sistema ficou pronto
em mais ou menos sete meses.
-
Delphi - Marcos Cantú
-
Algorithms in C - Robert Sedgewick
-
Apostila da PR&A sobre mercado financeiro
[Índice]
Ao contrário do estágio
realizado na PR&A, onde havia um projeto bem definido, no qual trabalhei
desde o início do desenvolvimento do sistema até o início
da fase de testes e implantação do produto no cliente, o
estágio na Oracle não conta com um projeto, mas sim com várias
atividades em vários pequenos projetos. Por ser diferente, falarei
um pouco sobre a Fábrica de Software, que é o setor em que
o estágio está sendo realizado, e sobre as atividades exercidas
na Fábrica de Software.
Os CEBs, Complemento Estatuário
Brasileiro, representam os módulos da Fábrica de Software,
para complementar o Oracle Application às necessidades legais e
fiscais brasileiras.
Os CEBs são : RI
(Recebimento Integrado), FSC (Fiscal, leis brasileiras), PAC (Custo Médio),
Cash (Cash Management), HR (Recursos Humanos), EFTAP e EFTAR (trabalha
com transferência bancária, EFT-Account Payables e EFT-Account
Receivables), ... Cada módulo representa um produto diferente.
Há também o módulo dos DBAs, Data Base Administrator,
que é responsável pela manutenção da base de
dados da Fábrica, pelo empacotamento dos Patches, pela administração
dos Ambientes (Unix e Windows), suporte aos desenvolvedores de cada módulo
da Fábrica e atendimento aos chamados dos clientes. O estágio
está sendo feito no módulo dos DBAs.
Os CEBs são empacotados
e disponibilizados aos clientes através dos Patches. Patch, do inglês
"remendo", nada mais é do que um empacotamento para efeito de correção
ou melhoria. O Patch é um conjunto de arquivos (scripts de banco
de dados), que através de um aplicativo chamado adpatch é
aplicado em uma base de dados. O objetivo disso é atualizar ou corrigir
a base de dados através dos scripts que estão no Patch. Assim,
o cliente não precisa executar cada script do Patch, basta aplicar
o Patch através do adpatch.
Os scripts que estão
no patch, em sua maioria são scripts de criação e
manipulação de objetos, tais como tabelas, índices,
seqüências, sinônimos, "grants", "views", ...
Depois que o Patch foi empacotado
e aplicado pelos DBAs na base de dados, os desenvolvedores fazem seus respectivos
testes e após a liberação, os Patches são disponibilizados
aos clientes em um servidor FTP.
A Fábrica de Software
conta também com o sistema para controle de arquivos e Patches chamado
Controle de Versão. Esse sistema pode ser visto como três
partes: a parte web, parte de banco de dados e a parte Unix. Na parte web,
é possivel cadastrar um Patch, inserir e retirar os arquivos que
estão nos Patches e submeter o Patch ao repositório, que
é onde estão localizados todos os arquivos cadastrados no
Controle de Versões. No Unix, é possível inserir um
novo arquivo no Controle de Versão, retirá-lo para consulta,
atalizar a versão do arquivo, ... E parte do banco de dados é
responsável por manter a consistência e o controle do que
aparece na parte web e o que existe fisicamente no Unix.
Durante as primeiras semanas
fiquei estudando uma apostila sobre modelagem de dados com a notação
utilizada pela Oracle. Aprendi um pouco de Unix no Solaris, pois quase
todos os servidores são Solaris. E estudei também shell scripts,
pois a parte Unix do Controle de Versão é todo feito em shell.
No estágio, sempre que
possível, meu chefe no estágio respondia as minhas dúvidas
e explicava um pouco mais sobre como funcionavam os ambientes da Fábrica
e sobre a fabricação de Patches. Mas o tempo é muito
corrido e sempre tem muitas coisas para fazer, então o trinamento
deixou um pouco a desejar.
Durante o período
de férias, fiz três cursos da Oracle: Modelagem, Intodução
ao Oracle8i e PL/SQL, e Arquitetura e Administração de Banco
de Dados. Era para eu ter feito mais os cursos de Backup e Recovery, e
o de Performance, concluindo assim a linha de cursos da carreira de DBAs,
mas não pude fazê-los pois durante o período de aulas
tornou-se impossível fazer tais cursos.
Como na Oracle não existe
um projeto bem definido, tenho várias atividades, como o empacotamenro
de Patches, Servidor FTP, manutenção do Controle de Versão,
administração de sistemas Unix e Windows, ... Segue abaixo
uma breve descrição de cada atividade.
A minha principal atividade
é o empacotamento dos CEBs, através dos Patches. Os desenvolvedores
da Fábrica de Software montam o Patch, ou seja, colocam nele os
scripts necessários para um determinado Patch. Então, gero
o Patch, ou seja, uma rotina em shell script pega os scripts cadastrados
no Controle de Versão, na parte web, e coloca em um diretório.
Dentro deste há uma hieraquia de diretórios com os scripts.
Normalmente os scripts vêm com erro, minha função é
verificar cada arquivo e arrumar esses erros. Assim, o patch está
pronto para ser aplicado na base de dados da Fábrica de Software.
Após a aplicação, se tudo correu bem, os desenvolvedores
testam e só então o Patch é disponibilizado na internet.
Outra atividade é
o Servidor de FTP. Inicialmente havia sido proposto um pequeno projeto:
Servidor FTP Linux. O objetivo era instalar e configurar o Linux em uma
máquina, configurar o servidor FTP, colocar os Patches que a Fábrica
produz e criar um sistema onde cada cliente que tentasse fazer o download
de um patch, fosse necessário fornecer um nome de usuário
e uma senha. Para tanto seria necessário fazer um projeto de banco
de dados, incluindo todas as fases desde modelagem do sistema, modelo lógico,
mapeamento para o modelo físico, ... Até o momento apenas
instalei o Linux, configurei o servidor FTP e coloquei os Patches já
disponibilizados aos clientes. Antes dele ir para a internet, é
preciso tomar muito cuidado com a questão segurança. Para
isso, estou estudando o que é preciso para que o servidor não
seja ameaçado por invasão de hackers. É preciso fechar
todas as possíveis portas de acesso para os hackers, como por exemplo,
o telnet, sendmail, ssh, ... O servidor não vai estar conectado
à rede interna, por questões de segurança, estará
apenas na internet.
Estou estudando o Controle
de Versão, pois será necessário fazer a manutenção
do mesmo, e incluir novas funcionalidades.
Além disso trabalho
também com administração de sistemas Unix e Windows.
Sou responsável pelo controle das rotinas de backup dos quatro servidores
da Fábrica de Software.
É difícil falar
em conograma no estágio realizado na Oracle, já que exerço
várias atividades em pequenos projetos. Assim que os desenvolvedores
terminam de fazer os Patches, há uma grande pressão para
que liberemos os Patches logo, nesse caso, deveria ser estipulado um prazo,
para não ficar a correria que normalmente acontece. Assim que o
servidor FTP estiver no ar, ou seja, disponível para os clientes
na internet, o prazo para o projeto de banco de dados para o servidor será
de seis meses.
Quanto às outras
atividades, não há nenhum cronograma estipulado. Conforme
as tarefas vão aparecendo, dependendo das prioridades, elas são
escaladas primeiro ou não.
-
Sistema de Banco de Dados - Abraham Silberchatz, Henry F. Korth e S. Sudarshan
-
Apostilas da Oracle dos Cursos: Modelagem, Introdução ao
Oracle8i e PL/SQL, e Administração e Arquitetura de Banco
de Dados
-
Man Pages do Unix
[Índice]
Em seguida descreverei algumas
das impressões que tive nos dois estágios realizados.
A empresa é dividida
em vários setores: economistas, estatísticos, matemáticos,
engenheiros e programadores. Cada setor é composto por grupos de
três ou quatro pessoas. Estava entre os programadores e o meu grupo
era composto por três pessoas, sendo que uma delas estava em outro
projeto e a outra era meu chefe. No Projeto VaR BBA Capital, estavámos
eu e meu chefe, enquanto eu desenvolvia, ele me dava suporte. Havia liberdade
entre os outros grupos, então, interagi não só com
meu chefe, mas com as pessoas dos outros grupos. Sempre houve cooperação
com os colegas de trabalho, assim como acontece com os colegas do BCC.
Eles sempre se dispuseram a me ajudar.
Considero as disciplinas de
base do BCC, como MAC110, MAC122 e Laboratório de Programação,
fundamentais no aprendizado da lógica necessária para se
programar. Estrutura de Dados foi também uma matéria importante
para o sistema desenvolvido, pois o que aprendi nesse curso foi fundamental
para as estruturas que desenvolvi no sistema. Utilizei também um
pouco de Estatística Básica para alguns cálculos do
sistema desenvolvido. Durante boa parte do estágio precisei mexer
com banco de dados, e como ainda não havia cursado a disciplina
de Banco de Dados, tive que aprender algumas coisas básicas para
poder usar no sistema. A disciplina Princípio Interação
Homem Computador também foi muito importante para a contrução
da interface gráfica do sistema. Foi uma matéria com muitas
aulas práticas, que me ajudaram muito na hora de desenvolver a interface
gráfica.
No começo, a maior dificuldade
era assimilar o grande volume de informação que recebi sobre
o mercado financeiro, o trabalho como desenvolvedor não era difícil,
pode-se dizer até que era tranqüilo, a grande dificuldade era
mesmo entender como funcionava o mercado de ações e fundos
de investimentos e as teorias associadas a eles.
É claro que seria
preciso ter feito um curso de economia para se aprofundar mais no assunto,
mas era preciso apenas uma pequena base de conhecimento sobre o assunto
para entender, modelar e começar a implementar o projeto. Quanta
à implementação, não houve maiores dificuldades,
pois a interface escolhida era fácil, e mesmo sem nunca ter mexido
antes com Delphi, foi bem tranqüilo aprender a trabalhar com essa
ferramenta. A implementação das Bibliotecas de Cálculo
também não apresentou maiores problemas, uma vez que elas
foram implementadas em C, e eu já tinha um bom conhecimento dessa
linguagem, visto que vários projetos do curso foram em liguagem
C.
-
Pontos Positivos e Negativos
O ambiente de trabalho era bem
legal de se trabalhar, havia cooperação entre as pessoas,
elas sempre estavam dispostas a ajudar.
Participei do projeto desde
o início, ou seja, depois que ele foi especificado, estive em todas
as fases de desenvolvimento do projeto, participando assim desdo o início
até praticamente o fim, quando o sistema estava sendo implantado
no Banco BBA Capital. Considero isso um grande ponto positivo, pois não
tive que ficar tentando entender o código que outra pessoa tinha
escrito. Outro ponto positivo é que tentei colocar comentários
em quase todo o código, ajudando assim quem fosse o ler mais tarde.
O chefe do estágio
procurou dividir bem as fases do projeto, assim, implementar o sistema
era como fazer um ep (exercício-programa) com várias fases.
Uma coisa que não
gostei muito é que não foi feita a engenharia de software
do sistema, então um módulo era especificado e eu o desenvolvia,
mas algumas vezes, depois que já os tinha desenvolvido, tive que
mudar grande parte do módulo, fazendo com que tivesse que programá-los
novamente. Resumindo, perdi um certo tempo codificando algumas coisas e
no fim elas não foram necessárias.
[Índice]
A equipe de trabalho onde o
estágio está sendo realizado é composta por quatro
pessoas. Cada pessoa é resposável por algumas atividades.
Mesmo essas atividades sendo diferentes, há uma grande cooperação
entre os membros da equipe de trabalho, assim como acontece com os colegas
do BCC, a diferença é que o líder da equipe, o chefe
do estágio, filtra algumas informações e pressões
para não atrapalhar o bom andamento das atividades dos outros membros
da equipe. Sempre que possível, essas pessoas estão dispostas
a me ajudar no que for preciso.
As disciplinas que considero fundamentais
para o meu estágio são: Sistemas de Banco de Dados e Laboratório
de Banco de Dados, pois a realidade da Oracle é mexer quase o tempo
todo com Banco de Dados. Além disso, todas as outras disciplinas
de introdução foram fundamentais para construir uma base
de conhecimento que me permitiu ter uma boa lógica de programação,
ajudando assim a estruturar e organizar as idéias. Uma outra disciplina
que talvez fosse relevante ao estágio é Administração
de Sistemas Unix. Acho que seria importante ter cursado esta matéria,
mas não tive oportunidade, por causa dos horários não
foi possível cursá-la.
Um dos maiores desafios que
encontrei foi sair da empresa em que eu estava, com uma situação
confortável e tranqüila, fazendo algo que gostava, para ir
para uma empresa de grande porte com muitos desafios pela frente, sem saber
ao certo o que ia fazer e o que ia acontecer.
Assim como aconteceu na
PR&A, no início do estágio, tive que assimilar uma grande
quantidade de informação. Acho que essa mudança de
ambiente e essa nova carga de informação constituem um grande
desafio.
Outro desafio era entender
a codificação do Controle de Versão, uma vez que a
parte Unix é toda em shell script e eu não tinha muita familiaridade
com isso.
-
Pontos Positivos e Negativos
Assim como ocorreu na PR&A,
o ambiente de trabalho é bem legal, existe a cooperação
entre as pessoas, elas estão dispostas a ajudar, mas nem sempre
o tempo e a grande quantidade de tarefas permitem.
Uma coisa bem legal da Oracle
é que eles investem bastante em cursos, mas o meu treinamento
no ambiente de trabalho deixou um pouco a desejar por falta de tempo do
meu chefe para me treinar.
Um ponto negativo é
que não há um cronograma bem definido para a fabricação
de Patches, então quando o desenvolvedor manda a requisição
para empacotar o Patch, nós temos fazer o mais rápido possível,
pois estes sempre são urgentes, mas às vezes é impossível
fazer isso de forma rápida dada a grande quantidade de tarefas que
têm que ser feitas.
[Índice]
Gostei do estágio da
PR&A, pois gosto da parte de desenvolvimento de sistemas, mas a área
de mercado financeiro não faz parte das minhas áreas de interesse.
Já na Oracle, descobri que gosto da área de Banco de Dados,
mas não estou participando de projetos de desenvolvimento de sistemas
como gostaria de estar. Gosto da área de atuação da
Oracle, mas não estou completamente satisfeita com o que faço,
pois gostaria de estar desenvolvendo mais.
Com relação
às diferenças encontradas nos dois estágios, posso
dizer que uma vantagem de se trabalhar em uma empresa de pequeno porte
é que se tem uma visão mais global dos processos, o que por
muitas vezes permite entender melhor o que representa aquilo que está
sendo desenvolvido, o que em geral não ocorre em empresas de grande
porte, onde as pessoas tem apenas conhecimento de seus módulos específicos.
Por outro lado, uma empresa de grande porte oferece uma estrutura melhor
como cursos, treinamentos, planos de carreira e uma maior possibilidade
de crescimento profissional e pessoal.
Acredito que o curso do
BCC me preparou bem para as necessidades do mercado, pois além de
adquirir conhecimento técnico, o curso me deu a capacidade de aprender
novas coisas e a me virar sozinha, o que é muito valorizado no mercado
de trabalho.
Quanto ao futuro, pretendo
fazer o mestrado, em Ciência da Computação, solidificando
ainda mais a minha base de conhecimento teórico e conceitual. Com
isso espero que surjam oportunidades para que num curto espaço de
tempo esteja bem colocada no mercado de trabalho e ganhando bem.
[Índice]
-
Anexo : Coisas
de Estagiário
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Ficar preso na sala do Servidor
No início
do estágio na Oracle tive a oportunidade de ficar presa na sala
do servidor. Na época, estavam trocando as fechaduras por fechaduras
eletrônicas acionadas pelo crachá. Na hora de entrar na sala,
sem problemas, passei o crachá na litora e a porta abriu. Fiquei
um tempo na sala, fiz o que tinha que fazer e quando fui sair, a porta
não abria. A leitora não funcionava do lado de dentro. Para
meu desespero não havia telefone na sala. Comecei a mandar e-mails
pedindo socorro para o pessoal do meu módulo. É claro que
ninguém viu. Esperei mais um pouco e comecei a bater na porta, até
que um colega ouviu e veio abrí-la. Até hoje quando chego
no serviço, quando passo as pessoas batem na mesa como se
estivessem batendo em uma porta.
-
Desligar o Servidor do Banco de Dados
Estava
mexendo no servidor Linux, e precisava rebootar a máquina, como
ele ainda não estava configurado e com alguns problemas, não
estava conseguindo de jeito nenhum. Olhei para baixo da mesa e vi um filtro
de linha onde a máquina estava ligada. Não pensei duas vezes...
Desliguei o filtro de linha. Nesse momento escutei o barulhinho de um outro
servidor desligando. Era o servidor da área de customizações
e tinha um banco de dados rodando nele. Logo religuei esse servidor e por
sorte não danificou o banco de dados.
Coisas de estagiário...
[Índice]
Fabiana Guarsoni Rocha 10/12/2001