MAC499
- Trabalho de Formatura
Alexandre
Palmeira Mendonça - NUSP 3096917
Meu trabalho de formatura
está baseado no estágio em que fiquei desde janeiro/2002 até julho/2002 no
Grupo Abril, e no trabalho em que estou desde agosto/2002 na Americanas.com.
Desta forma, dividirei as
apresentações e experiências em duas partes.
Estrutura
da Empresa
O Grupo Abril é um dos
maiores conglomerados de comunicação da América Latina, atuando de forma
integrada em várias mídias, fornecendo informação, educação e entretenimento
para os mais diferentes segmentos de público.
Com cerca de 8 mil
funcionários, produz e distribui revistas, livros didáticos, conteúdo e
serviços online, Internet em banda larga, música (CDs, eventos e online), TV
por assinatura, livros, vídeos, fascículos e database marketing.
Líder no mercado editorial
latino-americano, a Editora Abril é responsável por 73% da receita líquida do
grupo. Verticalizada, a Abril detém todo o processo de produção de cerca de 150
títulos, da concepção da pauta, impressão, até a distribuição nas bancas e para
assinantes.
Suas iniciativas estão
estruturadas nas seguintes Unidades de Negócio - UN: Veja, Negócios, Jovem,
Estilo, Turismo e Tecnologia, Casa e Família, Alto Consumo, Abril Jr., Cabos e
Multisserviços e Abril.Com. Duas outras prestam atendimento e dão suporte a
todas as Unidades de Negócio: Serviços Compatilhados e Comercial.
Durante meu estágio fiz
parte da UN de Serviços Compartilhados, seção de Sistemas de Gestão, sob
supervisão da analista de sistemas Ana Cláudia Fontolan e gerência de Jane
Ricci. A seção era responsável pela administração e criação de projetos para os
sistemas internos da empresa, como ferramentas de contas a pagar, receber,
tesouraria, MIS, etc.
Objetivos
A proposta inicial de
trabalho quando entrei na empresa era participar de área solucionadora de
pedidos de queries, utilizando uma ferramenta de geração de relatórios
gerenciais chamada Business Objects,
da empresa de mesmo nome. Desta forma, quaisquer pedidos de relatórios baseados
em sistemas da área seriam encaminhados para esta minha área, composta por uma
analista responsável (Ana Fontolan) e outro estagiário, além de mim.
Conforme foram sendo
descobertos diversos problemas relacionados às soluções então existentes de
geração de queries, fomos primeiramente direcionados para arrumar os ambientes
de produção, homologação e desenvolvimento de queries, para que a área de
queries pudesse atender chamados via Help Desk futuramente.
Detalhamento
das ferramentas utilizadas
A principal ferramenta
utilizada no meu estágio foi a suite Business Objects, composta de 3
ferramentas: Business Objects (para extrair relatórios gerenciais), Explorer
(para criação de modelos de dados) e Supervisor (para administração de usuários
da suite).
O Business Objects tem
como principal diferencial um modo simplificado de permitir que usuários leigos
em análise de banco de dados criem seus próprios relatórios, independentemente
se estão baseados em RDBMS, OLAP ou ERP. Seu conceito mais importante é o de
Universo, que é um modelo entidade-relacional que é criado através do Explorer,
permitindo que o analista crie relacionamentos entre tabelas independentemente
dos já existentes na base de dados.
Representação
da criação de relatórios, possível com a criação de Universos (Purchase orders,
Inventory, Materials) no Designer, após se montar um modelo de dados a partir
das estruturas existentes no Banco de Dados.
Além do Universo, outro
conceito importante é o de Repositório, que é um local no banco de dados que
funciona como servidor do Business Objects. Neste local ficam guardados todos
os universos e relatórios, além de um servidor de autenticação de usuários e o
gerenciador de queries no banco. Todas as instâncias da ferramenta Business
Objects referenciam a um repositório para autenticar um usuário, manter
atualizada a versão local de um universo e enviar uma query, que o repositório transforma
em comandos nativos da base de dados (no nosso caso, Oracle) e monta a
consulta, enviando os dados já formatados para as instâncias.
A camada
verde representa as aplicações que podem utilizar os relatórios gerados em
diversas saídas (PDF, HTML, etc)
A suite
Business Objects é representada como a area azul no desenho.
“Query,
Reporting and Analysis” refere-se às ferramentas que criam e permitem a
visualização dos relatórios em programas client, como o BusinessObjects.
“Administration”
refere-se às ferramentas Designer e Supervisor, que permitem criar os Universos
(modelos de dados) para geração de
relatórios, e administração de usuários e documentos num repositório,
respectivamente.“Portal and Broadcasting” refere-se ao Infoview, que permite que
qualquer pessoa com um browser tenha as mesmas funcionalidade das aplicações
client, e o Broadcast Agent, que permite agendar a geração de relatórios.
O
repositório é representado pela área amarela, onde são guardados os relatórios,
universos e onde é feita autenticação de usuários.
A área
interna é a base de dados, interfaceada com o BusinessObjects através do
repositório.
Projetos
desenvolvidos
Ao iniciar o estágio, fui
incumbido de estudar todas as documentações inclusas na suite relativas à
administração, instalação e distribuição do produto. Em seguida, recebi um
treinamento na representante brasileira da Business Objects, a Decision Warehouse. Lá fui
treinado na utilização do Explorer e Supervisor, ferramentas as quais eu teria
maior contato, já que minha função principal seria administrar os universos já
existentes de forma a facilitar as queries geradas pelos usuários da área
financeira e RH.
A idéia é que eu e o outro
estagiário tivéssemos como "projeto" ser "query men", de
modo que assim poderíamos conhecer todos os sistemas em sua estrutura.
Entretanto, ao ver que toda a então configuração de universos e instalações
locais estava irregular, tivemos de primeiro fazer uma limpeza no que já havia.
Antes de realizarmos a
limpeza, havia 250 usuários da suite para 65 licenças; havia muitos universos
com estruturas duplicadas ou modelagens que levavam a consultas de baixa
performance. Após um período de 3 meses, conseguimos adequar o número de usuários
para as licenças disponíveis e melhorar os universos existentes, além de criar
alguns novos. Ainda montamos um ambiente de desenvolvimento e outro de
homologação, algo inédito para a maioria dos sistemas da área.
Nos últimos 2 meses de
estágio, tentei fazer parte de outros projetos, já que acreditava que não
haveria novos desafios trabalhando apenas com queries. Me envolvi
superficialmente com geração de scripts em PL/SQL para geração de relatórios
que a suite Business Objects não era capaz de montar, já que envolvia detalhes
muito específicos de cada sistema. Ainda foi possível conseguir atualizar a
versão em produção do BusinessObjects via Launcher, da Novell (software para
distribuição de programas para usuários de toda a empresa)
Os projetos que estavam no
meu planejamento para o segundo semestre (DPR, Melhorias no RHOnline,
atendimento de queries via Help Desk) acabaram sendo um dos motivos para eu
sair do program de estágio, já que qualquer desenvolvimento seria deixado para
uma consultoria e o meu planejamento ficaria reduzido a prosseguir o trabalho
que eu estava fazendo.
Desafios
e Frustrações
O maior desafio foi
trabalhar numa empresa de grande porte como a Abril, onde o trabalho em equipe
é muito importante. Foi uma grande oportunidade de desenvolver melhor a
negociação com os usuários, já que na maioria das vezes eu tinha de fazer a
análise de requisitos da query com o próprio usuário. Com isso, também pude
entender melhor como funcionam outras áreas da empresa não ligadas à
tecnologia.
As frustrações, como
talvez tenha ficado evidente durante a apresentação dos projetos, resumem-se ao
fato de eu não ter participado realmente de projetos, mas ter trabalhado apenas
como "query man"; entretanto, como a área estava com o planejamento voltado
apenas para correções de bugs (e mesmo eles eram resolvidos por consultoria),
eu via a área apenas como uma terceirizadora de projetos. Meu relacionamento
com o outro estagiário (também formando em Engenharia da Computação na Poli)
não foi bom, o que gerava atritos na apresentação de resultados e divisão de
trabalhos, o que provocou um distanciamento entre nós durante os meus últimos
meses no estágio.
Matérias
Importantes
Esta poderia ser outra
frustração minha, pois não acreditei estar usando muitos conhecimentos
adquiridos em matérias durante o curso do BCC. Por trabalhar muito com geração
de queries, as 2 matérias mais importantes foram
MAC426 - Sistemas de
Bancos de Dados e
MAC439 - Laboratório de
Bancos de Dados,
o que leva a crer que o
estágio não necessitava de alguém com conhecimentos adquiridos no BCC.
O
IME e o estágio
Correndo o risco de me
repetir, diria que o estágio não foi uma oportunidade de aplicar os
conhecimentos adquiridos com o estudo no IME. Assim, não houve tanta
importância do que foi estudado na faculdade sobre o que eu fazia no estágio.
A minha idéia quanto a
fazer estágio era de ter o menor número de matérias a serem feitas ao mesmo
tempo que o estágio, o que eu consegui razoavelmente estudando apenas de manhã
fazendo 4 matérias e trabalhando 4 horas diárias no período da tarde.
Apesar de conseguir
conciliar os horários de estudo e trabalho tão bem, a ponto de não fazer
malabarismos com o horário de ir ao estágio, em muitos momentos eu deixava de
estudar o quanto eu queria por ter de trabalhar (mesmo com o tempo à noite,
faltava às vezes disposição).
Estrutura
da Empresa
A Americanas.com é uma
empresa de comércio eletrônico que no mercado desde 1999 com o primeiro sistema
de cobrança de cartão de crédito on-line do país. Hoje é líder de vendas na
internet, tendo uma média crescente de visitação de cerca de 2 milhões de
pessoas por mês, realizando vendas não só via site como também por kiosks e
televendas.
Desde a criação da Americanas.com, já haviam sido
definidos os valores a serem seguidos por todos os envolvidos com o crescimento
da empresa, e eis eles:
·
Nosso
compromisso é a satisfação dos nossos clientes.
·
Nosso
objetivo é sermos reconhecidos como destino preferido de compras on-line no
Brasil.
·
Buscamos
resultados tangíveis.
·
Somos
orientados pela integridade e qualidade.
·
Crescemos
sob uma marca forte: Lojas Americanas.
·
Somos um
time enérgico de profissionais da internet e lideramos a revolução do
e-commerce.
·
A empresa tem
aproximadamente 180 pessoas subdivididas em 8 grupos: Administração,
Desenvolvimento, Financeiro, Comercial, Logística, Operações, Tecnologia e
Marketing. Fisicamente, é dividida em:
-
Sede: onde
ocorre todo o desenvolvimento e administração do site e de aplicações que vão
de controle de logística à recursos humanos, além de conter os principais
setores, como Marketing e Administração. Localiza-se no Itaim Bibi, em São
Paulo.
-
Centro de
Distribuição: onde fica o estoque de produtos, para onde são encaminhados todos
os pedidos que devem ser entregues e aonde as transportadoras buscam os
produtos para realizar as entregas. Neste local ainda existe o setor de
Recuperação de Vendas, que tenta finalizar pedidos não aprovados por diversos
motivos (por exemplo, cartão de crédito bloqueado, não pagamento de boletos,
etc), além de evitar fraudes. Localiza-se em Barueri.
-
Televendas:
onde se encontram as atendentes que realizam as compras via telefone para os
clientes. No processo de compra, as atendentes trabalham como se fossem
usuários do site, realizando as compras do mesmo modo que uma pessoa faria se
usasse o site. Localiza-se no centro empresarial de São Paulo.
-
Kiosks:
hoje existem 4 kiosks representando a venda via internet em lojas físicas da
Lojas Americanas, localizadas no Rio de Janeiro, permitindo que os clientes da
loja física possam adquirir produtos que apenas estão à venda no site e recebam
em casa.
Trabalho no grupo de
Tecnologia, no setor de Integração de Sistemas, sob supervisão de Lilian Takada
e gerência de Pedro Donati(ambos ex-alunos do BCC-IME). Meu setor gerencia
projetos de sistemas internos que visam facilitar processos nas diversas áreas
da empresa, assim como automatização de processos em banco de dados ou
processamento de pedidos vindos do site.
Objetivos
A proposta de trabalho é
participar da área projetando novos sistemas, além de realizar a manutenção e
melhoria dos sistemas atuais. Prentendo neste emprego adquirir experiência em
projeto e desenvolvimento de sistemas orientados a objetos, além de desenvolver
o trabalho em equipe e possivelmente aprender mais sobre gerenciamento de
projetos.
Detalhamento
das ferramentas utilizadas
As aplicações
desenvolvidas na Americanas.com, incluindo o próprio site, são criadas
utilizando uma ferramenta da Apple chamada WebObjects
WebObjects é um ambiente
orientado a objetos para desenvolvimento e distribuição de aplicações via Internet.
Uma aplicação WebObjects roda num servidor e recebe requisições de um browser
de um usuário; dinamicamente, ele cria páginas em HTML que são então retornadas
às requisições do usuário. O WebObjects possui um grande conjunto de
ferramentas e frameworks orientados a objetos que permitem o desenvolvimento e
criação de códigos reutilizáveis em Java. As páginas são criadas por meio de um
IDE, sem haver necessidade de "sujar as mãos" com HTML, e os diversos
campos, textos, botões e formulários da página podem ser associados a variáveis
ou métodos em classes pertencentes ao seu projeto.
A programação em Java no
WebObjects permite que seja usado qualquer recurso presente nos packages
padrões da Sun além de fornecer novas classes, estendidas das classes e interfaces
da Sun que facilitam certas tarefas, notadamente o acesso a banco de dados.
Apesar do WebObjects ser
um application server orientado a objetos, tem como diferencial de outros a
propriedade de lidar com o acesso ao banco de dados e gerenciamento de sessões,
separando a lógica de negócio da interface com o usuário e do modelo de dados.
Este modelo de três camadas torna fácil e flexível o desenvolvimento e a
manutenção de aplicações. Além disso, como WebObject usa puro Java, as
aplicações podem facilmente interagir com outras aplicações Java.
Para acesso ao banco de
dados, a suite possui uma interface visual, o EOModeler, que permite que sejam
definidas os atributos e relacionamentos das tabelas, além de acessos a stored
procedures. Com um modelo criado nesta ferramenta, é possível criar classes
Java (geralmente uma para cada tabela), sendo que os relacionamentos acabam
virando atributos das classes (uma instância de outra classe, caso o
relacionamento seja 1x1, ou uma instância de um array, caso o relacionamento
seja 1xN) e as stored procedures podem ser utilizadas via métodos da classe.
Dessa forma, todo o tratamento de concorrência, commits, rollbacks e consultas
a banco de dados é transparente para as aplicações, que apenas tem de manter a
integridade dos dados nas classes.
Para fazer o controle de
versões das aplicações, foi escolhido o CVS
que permite registrar o histórico dos códigos fonte. Algumas vezes bugs demoram
para ser detectados e isso pode ocorrer quando já foram feitas várias
modificações; com o CVS podemos resgatar versões anteriores para ver exatamente
qual mudança provocou o erro. Nas aplicações que o setor de Integração de
Sistemas gerencia, o CVS é utilizado principalmente para manter o controle
concorrente de uma mesma aplicação, de modo que várias pessoas possam alterar o
mesmo projeto e ter sempre a última versão disponível localmente.
Projetos
Desenvolvidos
Minha primeira tarefa na
Americanas.com foi entender a mecânica de funcionamento do WebObjects, através
da pouca documentação disponível. Muitas das dúvidas que iam surgindo
geralmente eram sanadas pelos próprios colegas de trabalho, mas o material
disponível na internet sobre o WebObjects é vasto, tanto nos sites oficiais da
Apple quanto em newsgroups e fóruns de desenvolvedores. Mas o melhor jeito
mesmo de aprender a usar uma ferramenta de programação é usando, e foi o que eu
aconteceu logo na primeira semana de trabalho. Abaixo seguem algumas das
tarefas que acredito terem contribuído para algum aprendizado pessoal:
i. Ferramenta de administração de
usuários
Os diversos gerentes costumavam ter de pedir para Tecnologia
alterar acessos às aplicações, criar logins ou ainda alterações de senhas. Para
liberar este operacional interno e como uma boa oportunidade de criar uma
aplicação simples do zero, me passaram a incumbência de criar essa ferramenta,
que ficaria disponível para todas as pessoas que tivessem acesso a alguma
aplicação interna.
Com esta ferramenta qualquer um poderia alterar seus dados
pessoais, assim como a senha para acesso às outras aplicações; os gerentes
poderiam além disso criar logins e acessos às ferramentas nos níveis de acesso
que eles tivessem permissão de dar; os administradores podem ainda cadastrar
novas aplicações e níveis de acessos.
Esse projeto foi o mais duradouro que tive (1 mês), pois era
meu primeiro contato com a ferramenta, já tendo que aprender a usar toda a
suite de desenvolvimento disponível.
ii. CVS
Minha segunda tarefa foi aprender a usar o CVS, utilitário
para controle de versões concorrentes, pois meu setor ainda não o havia
utilizado em nenhum projeto, apesar de que alguns projetos do site já estavam
no CVS.
Instalei alguns dos projetos no servidor de CVS, além de
mostrar aos outros como usar o CVS para instalar, baixar, comparar, atualizar
versões de aplicações, etc.
Atualmente o CVS é importante para que alguns projetos sejam
desenvolvidos ao mesmo tempo por várias pessoas.
iii. Documentação Cálculo do Frete
Mais uma tarefa de aprendizado, precisei estudar algumas
packages em PL/SQL com métodos que realizam os cálculos de frete para compras
no site e em aplicações internas.
Devido à complexidade do cálculo, a package se estende por
poucos métodos acessados por aplicações, mas muitas sub-funções que realizam
diversas verificações nos produtos comprados, distribuição de entregas, escolha
da transportadora de menor preço, etc. Dessa forma, era importante que eu
tivesse um tempo para me dedicar ao estudo do processo, além de criar uma
documentação para que outras pessoas pudessem ver mais facilmente como ele
funcionava.
iv. Relatórios de Fraudes por login
Por ser uma empresa de varejo, apesar de ser eletrônica não
deixa de sofrer fraudes de pagamento, como por exemplo cartões de créditos
roubados ou clientes que não reconhecem compras. Existe um departamento de
liberação e suspensão de pedidos que pega pedidos com suspeita de fraudes e faz
uma verificação mais apurada para decidir o destino da compra.
Para verificar a produtividade dos operadores de
liberação/suspensão, alguns relatórios diários foram pedidos; dessa forma, vi
como analisar melhor uma query, pois havia a necessidade de se rodar a consulta
em ambiente de produção, sendo que o mais correto é sempre usar o ambiente de
consulta (D-1).
Com isso, ainda vi como é possível disponibilizar relatórios
através de e-mails (que chamamos de alertas), além de ver a importância da
freqüência com que eles são executados e o quanto eles influenciam na
performance do banco de dados.
v. Emissor de cartão
Uma das aplicações que eu mais modifico é o Atend, uma
ferramento que principalmente o setor de atendimento ao cliente utiliza, que
informa todos os dados a respeito de determinado pedido, além de permitir
alterar dados dele.
Meu primeiro contato com a ferramenta foi mostrar ao usuário
algumas informações a mais sobre os pedidos. Quando o pedido tivesse como meio
de pagamento um cartão de crédito, eu deveria mostrar o emissor do cartão, além
de outras informações relacionadas.
A grande vantagem de ter alterado essa ferramenta logo no
começo é a chance de ver um código bem extenso de outra pessoa, procurando
manter a modularização e evitar "estragar" algo que já estava
funcionando. O interessante do WebObjects é que, além do reaproveitamento de
código do Java, com ele é possível adicionar/remover recursos disponíveis ao
usuário mais facilmente com a ferramenta de design das páginas do sistema, o
WebObjects Builder; se os métodos/variáveis já estão definidos e usáveis, basta
modificar o HTML usando bindings com a aplicação e a interface é modificada sem
necessitar recompilar a aplicação.
vi. Melhorias de performance na Fraudes
A aplicação de Fraudes é um cadastro simples em que um
atendente relaciona a um pedido uma tentativa ou execução de fraude. Como nem
sempre o funcionário dispõe do pedido, já que às vezes ele é notificado da
fraude pela administradora de cartão, existem alguns recursos de busca que
precisavam ser refinados para melhorar a performance nas queries da ferramenta.
Juntamente com os relatórios que eu explicitei
anteriormente, essa tarefa permitiu ver melhor como é feita análise de
performance em Oracle através de explain planes, utilização criteriosa de
índices e estatísticas de uso de queries.
vii. Operações
Este foi meu primeiro projeto em equipe na Americanas.com.
Já existia uma ferramenta de operações de marketing em produção; entretanto,
ela havia sido montada há mais de ano, antes da empresa fazer uma grande
atualização no WebObjects. Por esse motivo, era muito difícil fazer melhorias
na ferramenta devido à incompatibilidades, apesar de existirem diversos bugs.
Os usuários reclamavam da navegação e da falta de funcionalidades novas.
Desta forma, em 2 semanas foi montada uma nova ferramenta de
operações do zero, basicamente sem utilizar qualquer parte da versão anterior.
O projeto foi beneficiado em grande parte pelo uso do CVS,
que permitia que as pessoas envolvidas juntassem as atualizações facilmente. A
experiência do trabalho em equipe é gratificante, pois é muito mais fácil
descobrir erros e resolver dúvidas quando mais de uma pessoa está envolvida no
trabalho.
viii. Checklist para Liberação/Suspensão de
pedidos
Este foi o projeto mais recente que eu finalizei na
Americanas.com. Antes, para uma pessoa liberar/suspender um pedido, bastava
escolhê-lo e clicar nos respectivos links. Para diminuir os riscos de alguém
liberar um pedido que é fraude no Atend, foi criada então uma lista de
atividades a serem feitas antes de se liberar/suspender o pedido. Quando a
pessoa terminar de responder às atividades do checklist, aparece um diagnóstico
do risco de liberar o pedido, deixando no entanto a critério do atendente
escolher o que fazer.
O interessante deste projeto foi fazer uma alteração maior
na ferramenta do Atend, além de montar parte de um processo de grandes
proporções, onde uma falha na ferramenta pode ocasionar represamento de pedidos
facilmente (na época de Natal deste ano, por exemplo, a expectativa de pedidos
a serem analisados manualmente por dia é de 1500).
Desafios
e Frustrações
Ao contrário da Abril,
este trabalho traz mais responsabilidades, além de que não sou tratado como um
estagiário que só precisa fazer serviços operacionais para liberar a carga dos
outros funcionários. Os desafios estão aumentando a cada dia, assim como as
responsabilidades.
Não tive frustrações até o
momento, pois tenho grandes expectativas quanto ao meu futuro na empresa;
assim, espero que maiores participações em análises de processos sejam dadas
com o aumento de minha experiência no trabalho.
Matérias
Importantes
Devido ao meu trabalho ser
diretamente ligado à programação em linguagem Java e Oracle, é bem claro pra
mim a influência das matérias
MAC426 - Sistemas de
Bancos de Dados
MAC439 - Laboratório de
Bancos de Dados
MAC441 - Programação
Orientada a Objetos
sobre o meu trabalho. Mas
não posso tirar o mérito também de algumas matérias que desenvolvem melhor o
"pensamento algorítmico", como
MAC122 - Princípios de
Desenvolvimento de Algoritmos
MAC323 - Estruturas de
Dados
MAC338 - Análise de
Algoritmos
Gostaria ainda que a
matéria
MAC332 - Engenharia de
Software
tivesse sido melhor
aplicada, pois vejo hoje a importância dela no trabalho e também que eu poderia
aproveitar melhor os conhecimentos dela se tivesse sido bem dada.
O
IME e o estágio
Neste trabalho o
envolvimento em projetos mostrou o quanto é importante o cumprimento de prazos
e a busca da melhor solução; no IME, geralmente buscamos fazer um EP o mais
rápido possível, tirando a nota necessária pra passar na matéria; já no
trabalho, além de ser rápido, você tem de ser eficiente e cumprir as tarefas da
melhor maneira possível.
Como pontos favoráveis, o
IME foi importante na escolha de matérias teóricas para formação dos alunos;
como a área de tecnologia renova os conhecimentos rapidamente, não adianta
aprendermos coisas técnicas para mercado de trabalho se não tivermos um forte
conhecimento teórico de computação.
Conclusão
sobre os dois estágios
Na comparação entre os
dois estágios, fica claro que na minha opinião a troca de emprego trouxe
melhores oportunidades de aprendizado.
Não posso deixar de
agradecer à Abril por poder trabalhar num ambiente corporativo pela primeira
vez, vendo as vantagens e desvantagens de se trabalhar num lugar em que o
funcionário faz parte de uma grande equipe. Entretanto, creio que minhas
funções lá não cumpriam meu objetivo principal de se fazer um estágio, que é
aplicar na prática o que foi ensinado no IME. Já na Americanas.com, sinto que
meu trabalho é útil pro progresso da empresa, pois uma alteração em uma
aplicação é sensível para muitos funcionários.
As experiências que eu
tive em cada empresa são devidas aos focos de negócio de cada uma. Na Abril, o
setor de Sistemas de Gestão basicamente só tinha resolução de bugs em seu
planejamento por se tratar de uma área que não é essencial no lucro da empresa,
além de que a maioria dos sistemas, apesar de não resolverem todos os problemas
dos funcionários, não podiam ser trocados por mais novos devido a custos e
familiaridade com os sistemas existentes. Já na Americanas, por se tratar de
uma empresa .com, a área de Tecnologia tem papel fundamental no crescimento da
empresa, além de que os funcionários têm mais facilidade de se adaptar a
mudanças.
Ambos os trabalhos tiveram
sua utilidade pra mim (boa ou ruim), dando um pouco de experiência profissional
que eu precisava, já que não pretendo ser acadêmico.
Bibliografia
Business Objects –
Administrador. Decision Warehouse Ltda. 2002
Feurstein, Steve. Oracle
PL/SQL Programming. Oreilly & Assoc. 2002
Getting Started with
WebObjects. Apple Computer Inc. 1997
Toshach, Kelly. Enterprise
Objects Framework Developer’s Guide. Apple Computer Inc. 1998
Programming WebObjects I –
Student Guide. Infinite Loop. 1998
Urman, Scott. Oracle 8I
Advanced PL/SQL Programming. Osborne. 2000