Na Figura 1 a secção transversal do tórax está representada por um domínio circular, , são os eletrodos e é o dipolo definido pelo par de injeção de corrente , . As equipotenciais do modelo do dipolo para o meio homogêneo estão representadas pelas curvas verdes (equipotenciais da corrente) e azuis (equipotenciais das voltagens).
Por hipótese, os eletrodos que definem o par de injeção devem estar próximos. Isto significa que o padrão adjacente - corrente positiva no eletrodo e negativa no eletrodo - é o que melhor representa o dipolo. Entretanto, no programa que simula a bancada, há a possibilidade de escolhermos o padrão de injeção entre quaisquer dois eletrodos e .
Neste trabalho, as imagens reconstruídas a partir de medidas de bancada utilizaram a configuração adjacente (, ) com eletrodos para as simulações referentes ao primeiro semestre e a configuração , com eletrodos para as simulações do segundo semestre. Esta alteração na configuração do padrão de injeção foi definida em função da relação ruído/sinal que melhorou significativamente para a segunda configuração.
Uma vez injetada a corrente em um par de eletrodos, as voltagens são medidas em todos os eletrodos. Com isso, um conjunto completo de medidas, que será usado na reconstrução de uma única imagem, é obtido após a injeção de corrente em todos os pares possíveis de eletrodos.
A imagem final que representa a distribuição da impedância no interior do tórax é calculada através da contribuição de cada conjunto de medidas obtido percorrendo todos os pares de eletrodos, ou seja, uma média entre imagens, adicionados os valores interpolados na fronteira. Para o monitoramento contínuo de pacientes é necessário construir 24 imagens completas a cada segundo. Portanto, é de extrema importância a análise proposta neste trabalho de identificação de ponderações que recuperem informações, principalmente das regiões centrais da imagem.
Seja um ponto do domínio e a equipotencial de voltagem que passa por e e atinge a fronteira em , como mostra a Figura 1.
O valor da voltagem de cada ponto não coincidente com a posição de um eletrodo é determinado através de interpolação por splines cúbicos, a partir dos dados de voltagens medidos na fronteira [4]. Este valor de é projetado sobre a equipotencial definida pelo dipolo e ponderado por uma função , que, no algoritmo clássico utilizado em tomografia computadorizada [2] depende da distância do ponto e do dipolo .
Na Figura 2 é mostrada a função peso do algoritmo de projeção clássico [2]. Ao observarmos essa função, podemos notar uma singularidade na posição do dipolo, onde a função tende para o infinito e, seu rápido decaimento para zero, à medida que o ponto se afasta do dipolo. Com isso, fica evidente que essa função peso penaliza a região central da imagem.